Hoje (25) completa um mês que a comunidade indígena Kaxixó elaborou um documento para ser encaminhado às Instituições de Justiça (Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União). Os Kaxixó habitam tradicionalmente às margens do rio Pará, nos municípios de Martinho Campos e Pompéu, territórios assessorados pelo Guaicuy.
No documento, o povo Kaxixó requer que seja reconhecido como grupo atingido pelo rompimento das barragens B-I, B-IV E B-IVA, do Córrego do Feijão e solicita a inclusão nas medidas de reparação integral pelo dano causado pela Vale S.A. Também requer que seja informado e esclarecido pelas Instituições de Justiça de que maneira e mediante qual instrumento se dará a reparação integral dos Kaxixó e de outros povos indígenas, considerando que não está prevista no acordo firmado entre Vale e Poder Público.
O Instituto Guaicuy encaminhou o documento elaborado pelo povo Kaxixó no dia primeiro de março para as Instituições de Justiça. O recebimento foi confirmado, mas ainda não houve retorno.
No acordo, os povos indígenas ficaram de fora das medidas de reparação, sendo mencionados apenas em um trecho (no pedido “10.3.2”, da A 5026408-67.2019.8.13.0024) ressalvando que “relativamente aos povos indígenas, a extinção será considerada sem resolução de mérito”.
Apesar de não serem incluídos no acordo, o povo Kaxixó sofreu e vem sofrendo danos e transtornos decorrentes do rompimento da barragem, assim como outros povos indígenas atingidos ao longo da Bacia do Rio Paraopeba, como os Pataxó hã-hã-hães (São Joaquim de Bicas), por exemplo.
Em janeiro, o Guaicuy enviou um relatório às Instituições de Justiça, ressaltando os impactos do rompimento da barragem para o povo Kaxixó. O recebimento do documento foi confirmado no dia 8 de janeiro pelo Ministério Público Federal. No mesmo mês, também foram elaborados pelas Assessorias Técnicas Independentes ofícios para a Defensoria Pública sobre o tema (ofícios nº 4188296/2021 e nº 4205556/2021) e diversas matérias a respeito foram veiculadas em jornais.
O povo Kaxixó segue na luta pelo reconhecimento enquanto grupo atingido pelo rompimento da barragem e na inclusão de medidas de reparação integral pelo dano causado pela Vale.
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