Na margem Oeste da Represa de Três Marias, as comunidades dos portos de Morada Nova de Minas se uniram na Comissão dos Portos. São representadas por ela: o Porto Indaiá de Cima e Pindaíbas, o Indaiá de Baixo, Ilha e Traçadal, Porto Novo e o Porto Melancias, também conhecido como Porto Velho.
Mesmo com a queda no turismo depois do rompimento da barragem da Vale em 2019, os portos estão cheios de atrações para quem transita entre eles. Além de bares e restaurantes, é possível visitar cachoeiras próximas e até uma reserva ecológica. Considerando o potencial da região, a Comissão dos Portos pensa um projeto para o Anexo 1.1 do Acordo Judicial de Reparação, que trata dos projetos de demandas das comunidades. A ideia é criar o Circuito Integrado de Portos, a fim de fortalecer Morada Nova como destino turístico no interior de Minas Gerais, integrando também as comunidades da margem Leste da Represa.
O moradense Luiz Aníbal Guimarães lembra, saudoso, que era pescador desde 1994, mas deixou o ofício depois que o rompimento fez despencar o preço dos peixes. Luizinho, como também é conhecido, faz parte da Comissão desde a sua criação, assim como sua esposa Maria do Carmo Guimarães, a Carminha. O casal mora no Porto Indaiá de Cima e aluga ranchos para turistas. Luiz conta que, logo após o crime-desastre, “ficou seis meses sem aparecer um turista”. Por isso, o plano da Comissão é recuperar esse potencial, focando em estrutura e informação para atrair mais viajantes.
Entre os desafios, Luiz cita a falta saneamento e luz na região, além da necessidade de estradas melhores. Ele ressalta que as distâncias percorridas são grandes: “a casa mais perto da minha fica a três quilômetros”. As travessias de balsa também são limitadas, então a oferta de mais horários é uma demanda. O projeto da Comissão busca, além de melhorias estruturais, ferramentas de informação para os turistas: “tem trilhas que levam às grutas e cachoeiras lindas por aqui, mas não são sinalizadas”. Ele descreve a ideia de um mapa virtual interativo, com as atrações e utilidades destacadas, e informações sobre elas, como onde se hospedar, onde comer um peixe fresco etc.
O Anexo 1.1 está em construção pelas Comissões das comunidades atingidas da Bacia do Paraopeba, Represa de Três Marias e Rio São Francisco, em conjunto com a Entidade Gestora escolhida pelas Instituições de Justiça para gerir parte dos recursos.
Saiba mais sobre os Projetos de Demandas das Comunidades no site do Guaicuy Imagem destacada: Gia Dias/Guaicuy
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